16.2.07

torè kong!

Há tempos venho querendo voltar a escrever aqui. Cheguei a rascunhar mentalmente alguns textos – inclusive um com certas reflexões interessantes a propósito de um sonho qualquer que andei tendo e que acho que teriam dado um post bacaninha, mas esqueci completamente o que eu ia dizer. Até que ontem meu amigo Leitor me deixou aqui um comment e, não sei muito bem por que nem como, me tirou dessa letargia, afinal.

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Muchas gracias, Leitor. ;-)

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Tendo esquecido o post interessante sobre um desses sonhos que andei tendo, pego então um sonho interessante e teço a seu respeito comentários inócuos e despropositados. Fazer o quê?

É a vida (como diria Manuel Bandeira).

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Minhas noites esta semana foram povoadas por rugidos na floresta e um grande orangotango branco – de cabeça coroada e tudo, o verdadeiro rei da selva. Um monarca bem furioso, é verdade, bem capaz de me partir ao meio.

Bem, e literalmente cá estou eu partida ao meio, me preparando pra encarar minha sessão semanal de fisioterapia pra solucionar essa profunda desorganização do meu quadril que vem me dando a sensação constante, desagradável e dolorosa de que meu lado direito inteiro do corpo está mais curto que o esquerdo. Fora um torcicolo crônico (do lado direito, claro) que me perturba já há quinze dias.

Pois então, o orangotango: uma mistura de King Kong, Rei Lu ("Sabadabadá, sabadabadú, sou o rei da macacada, sou o Rei Lu!") e elefante branco - como, aliás, soem ser os presentes de grego com que este inconsciente perdido e confuso que me habita costuma me brindar nas madrugadas.
Note to self: animais brancos, nas histórias, costumam ser sagrados. (Então tá...)

E a floresta: de um verde escuro, úmido, profundo. Denso. Quase impenetrável.

Eu disse “quase”...

E uma estrada bem cuidada serpenteando pela mata, uma espécie de “estrada dos tijolos amarelos” de chão batido e pedrinhas, levando - para que Oz? Para uma Cidade das Esmeraldas fajuta, sem dúvida, cercada de uma paliçada de bambu e com uma grande fogueira comunitária no meio de meia dúzia de choças; onde eu seria imolada ao grande orangotango branco, que na última hora se apaixonaria por mim (mesmo eu não sendo loira nem ele sendo o King Kong), recusaria o sacrifício e me pouparia a vida. E casaria comigo, talvez?
Bom, só não sei se depois teria o detalhe de um anjo descer dos céus com um cordeiro pra colocar no meu lugar e me prometer as bênçãos divinas e "uma posteridade tão numerosa quanto as estrelas do céu e quanto a areia que está na praia do mar" (Gn 22, 1-18).
Ahn... como seria a minha descendência com um orangotango branco?

Anyway, é nisso que dá tentar voltar atrás em sonho: você dá meia volta pra fugir e se depara com um portão barrando a passagem (na hora de entrar no túnel, tudo bem, né, claro que não tem portão nenhum; mas, na hora de sair, já viu: são outros quinhentos), um orangotango hidrófobo (e branco ainda por cima! Seria albino? Grisalho?), uma guria com cara de morta-viva vestida que nem uma Ártemis esfarrapada, pronta pra te dedurar quando você se prepara pra fugir, e, pra completar, um monte de canibais (os “súditos” do macacão) pintados igual ao pessoal da Timbalada e loucos pra te pegar. Mesmo ele não sendo o King Kong, nem sendo eu loira.

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...
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Às vezes me acho meio despirocada. E completamente incompreensível... :-P

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