12.3.07

condensação

Tenho exalado bile e mel pelos poros.
Transpiro e escorro da cabeça aos pés,
deixando uma cauda de açúcar e fel pelo chão.
Piso e ouço sblosh, sblosh a cada passo que dou.
Caminho escorregadio de lama fresca,
barro recém-lavado pelo temporal,
estrada longa de terra antiga que não levanta pó.

Ando tão líquida ultimamente:

lodo e musgo nas axilas,
pingos invisíveis ecoando na gruta dos ouvidos,
a vagina úmida de maresia.

Acho que estou resfriando
– hoje em dia, evaporo cada vez menos.

2 comentários:

Fritz von Runte disse...

Obrigado pelo link do Telejogo, assim que eu tiver um tempinho eu quero ler o teu blog que parece muito interessante. Vc conhece o meu de textos? www.petezarustica.com Um abraço, Fritz

Cris Serra disse...

vc deixou um link pra ele num dos teus ultimos posts no telejogo. adorei seus textos, as imagens, o estilo - uma coisa meio soturna, meio sem esperança, mas que ao mesmo tempo teima, insiste, apesar de não acreditar muito...

você persistir porque vai vendo os resultados é uma coisa; persistir mesmo não vendo os resultados, mas porque tem fé, é outra coisa. agora, persistir mesmo sem fé, isso sim é coragem. ou loucura. mas tem diferença? ;-) bj.