Enquanto durmo (no fundo da minha caverna), chove sem trégua há quarenta dias e quarenta noites; o céu baixo e sujo parece prestes a desabar.
Até que um dia uma nova trilha sonora me desperta. Em vez dos rugidos do temporal, são passarinhos catando grilos entre as folhas molhadas, restos esparsos de chuva pingando dos galhos nas poças do chão, pequenas mariposas marrons sacudindo a umidade das asas.
Abro a janela e faço um teste: atiro um punhado de penas brancas. Quando o vento as devolve secas, reconheço que meu tempo de hibernar terminou.
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Foto: veio daqui
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