29.9.06

entre leão e unicórnio

Ontem, antes de dormir, ganhei um caderno em branco, que deixei à noite ao meu lado, na mesa de cabeceira.

Quando acordei, para minha surpresa, ele cheirava a jasmim. E estava todo escrito, da primeira à última folha, com uma caligrafia floreada que não é a minha, recheado de:
- histórias quixotescas
- casos quiméricos
- aventuras rocambolescas
- ilustrações filigranadas
- e poesias com uma delicadeza de renda.

Ao abri-lo, um beija-flor escapou voando.

Nada consegui fazer hoje o dia inteiro, absorta na sua leitura.

= = =

"(...) Leões de sonho não rugem. Aquele levantou a cabeça, sacudiu a juba e firme sobre as patas retomou a sua tarefa de guardião. Nenhum sonho mais sairia das noites da rainha. Nenhum entraria. Nem mesmo aquele em que um unicórnio azul galopava e galopava, levando no dorso um rei para sempre errante."

- Marina Colasanti, "Entre leão e unicórnio"

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